A freguesia falou mais alto

Autores do segundo e terceiro gol. (Bruno Haddad/Fluminense Football Club)

O Fluminense foi até o estado vizinho tentar lembrar o que era vitória, justamente contra um adversário direto e que pelo menos até semana passada, era tratado como possível candidato a dar um calor no líder do campeonato. Como no futebol as coisas são dinâmicas e tudo muda rápido demais, hoje já não temos certeza disso. O que importa de verdade é que o Flu meteu 3x1 em pleno Morumbi e voltou a sentir o cheirinho de G4. 

Certas coisas no futebol são inexplicáveis. Todos nós, tricolores que acompanhamos essa equipe que encerrou seu ciclo em 2012 e que ainda permanece no clube, sabemos bem do que esse time é capaz e do que ele rende de verdade por vontade ou falta dela. O Fluminense atualmente vem perdendo muitos pontos, desgarrando da zona da Libertadores e praticando um futebol triste. Muita gente dava como certo um tapa sem dó de nosso adversário da noite, por conta do futebol muito mais consistente e agradável, que além de tudo vinha trazendo resultado. Mas como bem dito, vinha. Quem fez bonito fomos nós, surpreendendo até o mais otimista torcedor tricolor.

Disse horas antes da partida que sentia algo bom para o duelo contra o São Paulo. Relatei também que se o Flu amarrasse a partida, explorando a bola aérea e tendo disciplina tática, dava pra arrancar uma vitória magra e nos iludir um pouquinho. Pois bem. Amarramos, tivemos disciplina tática e vencemos, mas sem forçar a bola aérea. Jogamos futebol, jogamos de verdade. No primeiro tempo, a equipe paulista foi atacar apenas próximo ao final do mesmo, com Pato. O Flu não criou chances diretas, mas soube anular bem o São Paulo e foi para o intervalo convencendo o torcedor de que a noite poderia realmente ter saldo positivo no final.

Acompanhe o Fluminense através de nossas redes sociais: Twitter | Facebook
No twitter, nosso parceiro lhe aguarda. Siga o @ffctumblr e confira as melhores postagens sobre o Flu.

No segundo tempo, o show. Fred, logo aos 7 minutos, recebeu passe de Conca e escorou para o fundo do gol. A esperança virou alegria, mas teve uma pausa em seguida. Chiquinho, que barrou Carlinhos na lateral-esquerda, foi substituído pelo camisa 6 e o gol saiu em suas costas. Kardec, impedido, lançou Alexandre Pato, que finalizou e contou com a mão mole de Cavalieri para igualar o placar novamente. Um balde de água fria, mas a equipe se manteve sólida após isso e colheu os frutos. Cícero e Ganso perderam uma chance para cada lado, até Wágner receber passe de Fred pela esquerda, cortar o marcador e vencer Ceni, em chute rasteiro e cruzado. Golaço. O gol caiu como uma luva em um momento decisivo da partida, que são os quinze minutos finais. Seguimos marcando forte e a pressão são-paulina praticamente não existiu. Aos 45, o golpe de misericórdia. O melhor jogador de nossa equipe na temporada, Cícero, avançou em contra-ataque e foi derrubado por Denílson. Mais genial do que chamar a falta, foi a mesma sendo cobrada por Conca. Um gol com gosto saboroso de chocolate, em turnos e locais diferentes. Caixão fechado e vitória maiúscula, convincente, depois de tanto tempo sem saber o que é isso.

Fred, comemorando o primeiro gol. Início de uma noite maravilhosa. (Imagem: Marcos Ribolli)

Vencemos um adversário direto que até então era tratado como o mais difícil, por conta do que vinha sendo apresentado e por jogar fora de casa. Há duas semanas, o São Paulo venceu o Cruzeiro de maneira incontestável e logo após isso perdeu a mão. Não sei o motivo, mas agradeço por tal. Não poderia deixar de ressaltar a freguesia do rival conosco. Bater todo ano pelo menos uma vez em um tricampeão de Libertadores e Mundial é sempre prazeroso.

Para encerrar, uma homenagem ao tricolor paulista. Estava ansioso para enfrentar quem quis pagar de justiceiro sendo o clube que alicia jogadores de base, atravessa negociação e foi o principal causador da bagunça de um torneio chamado João Havelange em 2000, graças a escalação irregular de Sandro Hiroshi. Se você não entendeu, clique aqui e dê boas risadas. No recurso do futebol, foram oito tapas, mas o freguês sempre tem razão. 

Provisoriamente, o Fluminense volta ao G4 e aguarda o fechamento da rodada para saber sua posição definitiva. No próximo sábado, enfrenta o Bahia, no Mané Garrincha, em Brasília, às 16h20.

Seja sócio do Fluminense: Associar-se

Saudações tricolores!

Compartilhar no Google Plus

Autor: Clayton Mello

    comentar com Facebook