Ousadia e centroavantes dão vitória ao América-RN diante do Náutico

Fabinho em disputa contra jogador do Náutico (Foto: globoesporte.com)
Como diria o pensador contemporâneo Thiaguinho, é preciso ousadia e alegria pra vencer. Minto. A ousadia nem sempre é necessária para uma vitória, mas no caso de hoje, na Arena das Dunas, foi. A vitória do América-RN diante do Náutico serve como redenção do técnico Oliveira Canindé após uma escalação cautelosa no clássico. Diferente do ocorrido no último sábado, o Mecão veio para a cancha com três homens ofensivos. O centroavante Isac, que barrou - até de forma justa - o antigo titular Max, provou estar em boa fase ao marcar um dos gols da vitória por 3 a 0. Max entrou no segundo tempo e fechou o placar, fazendo dois.

Quando Oliveira Canindé resolveu rodar o elenco, pelo cansaço da maratona e as seguintes lesões, muitos torcedores torceram o nariz. O discurso é igual e ''lugar comum''. '"Jogador não precisa descansar ganhando o que ganha'', ''Antigamente, jogador jogava direto e não cansava'', ''A medicina está avançada, não existe isso de cansaço'' etc. Respeito as visões mais conservadoras, mas discordo. É impossível comparar o estilo de jogo do futebol antigo com o atual. O ritmo é outro, insano, nem de longe os atletas antigos jogavam tanto. Antigamente, o cara parava, pensava, a marcação nem aparecia. Hoje, se um meia, por exemplo, para a bola, chegam dois carrapatos em cima e tomam. O ritmo é acelerado, o desgaste é cinco vezes maior. Isso cansa. A medicina está avançada, isso é fato, mas não serve como justificativa. Se servisse, Max, Isac, Walber, Andrey, A. Henrique, Cléber, Pardal, Pimpão, Rafinha, Alfredo, Adalberto e Alex Barros não teriam se machucado como aconteceu nos últimos meses. Olhem a quantidade de jogadores, fora os que não citei, que já tiveram algum problema clínico nesta temporada. E ainda dizem que não existe cansaço? 

Deixando isso de lado, o resultado não poderia ser melhor. Três gols marcados em casa, nenhum sofrido, vitória que melhora e muito a autoestima que se abalara após uma pequena sequência de atuações fracas. Ousado, Oliveira Canindé parece ter tentado se redimir com a torcida e escalou um time muito ofensivo diante de um adversário que prometia ser perigoso. Sem Arthur Maia, lesionado - mas não existe cansaço e desgaste -, as opções eram escassas. Pimpão, Pardal e Isac eram as apostas. E deu certo. O Náutico equilibrou o jogo no primeiro tempo, mas tomou um baile no segundo. O resultado é muito bom para o América e de difícil reação para os pernambucanos. Não descarto, jamais, até mesmo pelo respeito que tenho, mas complicou para eles...

Apesar de Max ter entrado no jogo de hoje e ter feito dois gols, Isac estava merecendo mesmo ser titular. Max fez dois jogos muito fracos em sequência, e em um elenco forte, que dá opções ao treinador, você não pode bobear. Para não perder a moral com o grupo e ser justo, Isac foi premiado com a camisa nove por Oliveira Canindé. E deve ser assim mesmo. Joga quem está melhor. Todos cobram uma sombra para Arthur Maia e estranham a disputa entre Max e Isac. É incoerente. Não existe motivação maior e melhor para um grupo do que ter a certeza de que quem está melhor, treina melhor, vai ter oportunidade. É assim que um grupo funciona bem. Aconteceu com os volantes, laterais, Pardal, Pimpão e agora está acontecendo com Isac e Max. Os dois são amigos e torcem um pelo outro. Todavia, é preciso entender que não há titulares absolutos e o momento define quem joga. Isac estava bem, Max não tanto, justiça foi feita. Agora, com os dois gols de Max e um de Isac, a dúvida aumenta.  O América está muito bem servido de centroavantes e precisamos fechar com os dois. Apoio total ao América e a camisa. Quem a veste é consequência do dia a dia e dos jogos. 

Grande vitória. Grande Max. Grande Isac. Grande América. 

FICHA TÉCNICA

AMÉRICA-RN 3X0 NÁUTICO-PE
2° fase, Copa do Brasil, ida - Arena das Dunas, Natal/RN - Data: 06/05/2014

AMÉRICA: Fernando Henrique; Wálber, Cléber, Edson Rocha e Alex Barros; Márcio Passos, Val (Jean Cléber) e Fabinho; Rodrigo Pimpão, Adriano Pardal (Rafinha) e Isac (Max). Técnico: Oliveira Canindé.

NÁUTICO: Alessandro; Jackson, Leonardo Luiz, William Alves e Raí (Marcelinho); Dê (Vinícius), Yuri, Elicarlos e Zé Mário; Marinho (Leleu) e Careca. Técnico: Lisca.  

GOLS: Isac e Max (2) / América-RN

Por: Sérgio Ricardo Jr.
Twitter: @sergioricardorn

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Autor: Sérgio Ricardo Jr.

Sérgio Ricardo Jr. é acadêmico em Jornalismo pela UFRN e colaborador do C11 desde 2014.
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