Nacional de Medellín 0x0 São Paulo: Agregando status, chegamos nas semis

Foto: facebook.com/saopaulofc

Para quem já havia sofrido no primeiro jogo do confronto entre São Paulo x Nacional da Colômbia, válido pelas quartas-de-final da Sul-Americana, quando ganhamos por 3x2 no Morumbi, a partida de ontem, fora de casa, provou-se ser um teste pra cardíaco. Apesar de pouco contundente, os colombianos constantemente atacaram o Tricolor; este, com uma defesa exemplar, conseguiu segurar o 0x0 e garantir a ida para as semifinais do torneio continental.

Muricy Ramalho foi a campo com o típico 3-5-2. Jádson ganhava outra chance no lugar de Ganso, ainda suspenso, assim como Luis Fabiano tinha mais uma oportunidade de provar que ainda é artilheiro jogando ao lado de Aloísio no ataque. Surpreendentemente, as duas novidades eram jogadores que até muito pouco tempo eram titulares inquestionáveis.

A inofensividade do São Paulo jogando como visitante, juntamente com a incompetência dos donos da casa para criar boas chances de gol, principalmente no primeiro tempo, deixaram o jogo chato. A esperada pressão do Nacional no começo do jogo, devido ao prejuízo que o time tinha na soma dos resultados, não se concretizou. Apenas algumas chegadas que assustaram um pouco, mas todas bem tiradas pelo trio de zagueiros ou defendidas com enorme segurança pelo nosso capitão.

Na parte final da primeira etapa, achava que seria a hora ideal para que o Tricolor tentasse abrir o placar. Com o clube de Medellín já cansado e tocando a bola em seu campo, bastava o time se adiantar para conseguirmos uma pequena pressão e, quem sabe, matar o confronto. Mas os terríveis erros de passe, assim como as péssimas fases de Luis Fabiano e Jádson, ajudaram o jogo a ir para o intervalo no 0x0.

No segundo tempo, eles vieram com tudo. Em 4 minutos, já tinham criado 3 boas chances, todas defendidas por Ceni. Muricy alertou Denílson sobre o Cárdenas, um ligeirinho, cabeludo, camisa 7 do adversário, fazendo nosso volante exercer marcação individual sobre ele - o que só ajudou o baixinho colombiano no jogo. O treinador tentou Ademílson e Welliton, para dar mais velocidade ao contra-ataque, e Wellington, para ajudar na marcação.

Tudo que conseguimos foi uma jogada veloz, com Ademílson, que a finalizou chutando forte para fora. Foi a única chance do São Paulo em todo o jogo, o único chute realmente perigoso. No resto da partida, o time ficou vendo nossa defesa salvar incontáveis cruzamentos para a área e travar, desarmando, várias tentativas de finalização, de longe, perto e dentro da área. Isso quando o Rogério não salvava ou dávamos a sorte do atacante deles errar o chute.

No fim, seguramos os colombianos: um 0x0 xoxo (sendo quase redundante), porém que, além de nos garantir uma boa dose de tensão, nos pôs nas semifinais da Copa Sul-Americana.

Não foi uma boa partida do nosso time, de fato. O Nacional controlou praticamente o tempo todo, não tendo feito o gol, acredito eu, por incapacidade própria. O jogo se mostrou tenso, daqueles que eu não imaginaria a equipe se superando caso levasse o 1x0. Ainda bem que não aconteceu, muito por causa de nossa zaga - se tenho que destacar alguém, com certeza destacaria Rogério, Paulo Miranda, Rodrigo Caio e Antônio Carlos. Mais a frente, os erros de passe, as jogadas perdidas e a inofensividade apareceram de uma forma muito preocupante. Não creio que uma partida dessas, fora de casa, contra Libertad (ou até contra a Ponte Preta) resultaria no mesmo placar vantajoso para nós.

E as notas:

Rogério Ceni: 10
Ontem, mais uma vez no exterior, foi bem demais. É um sonho de consumo de qualquer clube em qualquer parte do mundo. É um mito, realmente.

Paulo Miranda: 7
Tem uma coisa pra falar, mas acho que é meio pesado. Já gostei do seu futebol uma vez... Foi ano passado, no 2º semestre. Falando sobre ontem, apesar de erros que poderiam ter custado caro, foi bem na maior parte do jogo.

Rodrigo Caio: 9
Usa uma camisa de grife, a 7, marcada por Müller, Mineiro, Lucas e tantos outros. Nos levantamentos, não perde uma disputa de cabeça. Rei da área.

Antônio Carlos: 10
Ainda agradecendo muito pelos gols no Morumbi.

Douglas: 6
É difícil ter a posição de lateral-direito no esquema, tão importante na defesa e no ataque, e ter que colocar o Douglas. É como ter um boeing e colocar um piloto de teco-teco para pilotá-lo. Se ele tá ali, no banco, é só mais um. Mas jogando no time titular, como ala, acaba ficando em evidência. Por ser ruim.
PS.: A nota acima da média é pela bola que salvou, na área, nos minutos finais. Baita desarme.

Denílson: 2
Um time decente tem que ter ao menos um volante. Se não tiver, fica difícil. Tem que ter alguém ali protegendo a zaga, (até pela integridade defensiva da equipe) marcando, saindo com a bola, "carregando o piano". Pois é, nós não temos esse cara. Temos o Denílson, que finge ser um. E jogar com ele pode ser arriscado - os passes errados variam de 5, 6, até 70, 80 erros.
PS.: Não levou cartão, ótima evolução.

Maicon: 4
8 como segundo volante, na dele, ajudando até na marcação; e 0 como meia. Fiz a média, deu 4.

Reinaldo: 10
Não tinha te notado em campo até conseguir passar os acréscimos inteiros segurando a bola na ponta-esquerda do campo de ataque nosso. Craque.

Jádson: 0
Precisamos ter um meia. Um meia bom, de qualidade, que saiba armar o jogo do time; caso contrário, praticamente não faz sentido ter um ataque. Ontem, Jádson foi pífio em tudo que tentou, desde cruzamentos nas faltas até os passes com as menores distâncias possíveis.

Aloísio: 6
Quem está no ataque precisa ter alguém servindo-os para que consigam marcar - é assim que Aloísio tem feito, na companhia de Ganso e Ademílson. Ontem, os dois foram trocados por Jádson e Luis. E não funcionou nem um pouco para o Boi Bandido.

Luis Fabiano: -457
Eu, pessoalmente, gosto mais de uma dupla de ataque raçuda, como Ademílson e Aloísio. Mas o Luis Fabiano traz aquele status, né. Pelo nome que tem, pelo currículo na Seleção, ele agrega ao time, agrega ao jogo, agrega à competição, agrega a tudo. Agrega também impedimentos, inutilidade e cartões (ontem teve até quando estava no banco).

Ademílson, Wellington e Welliton: 10
Entraram, correram e ajudaram bastante a equipe. Vejo os dois primeiros como titulares no esquema de Muricy.

Ganso: saudades
Volta logo por favor

Muricy Ramalho: 10
Podem falar de tudo. Podem falar que o time jogou mal, que sofreu para ganhar de outra equipe bem inferior, que está bem abaixo do que pode render, que o esquema com 3 zagueiros não funciona, que o treinador é retranqueiro. No meu ponto de vista, é tudo inveja. Obrigado pelo que você faz, tá loco, dá licença, ocê é ídolo, meu filho.

Agora o São Paulo espera o vencedor entre Libertad x Itagüi (ida 2x0, volta hoje) para ver quem enfrenta nas semis. Caso a Ponte Preta, da outra chave, vença o Vélez Sarsfield na Argentina (ida 0x0, volta também hoje), os dois brasileiros são obrigados a se enfrentar na próxima fase.

No final de semana, o adversário é o Atlético/PR, em Curitiba, pelo Brasileirão.

Obrigado ao Rei do Camarote pela inspiração nas notas e no título. Assistam o vídeo clicando. Assistam mesmo, sério.

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Diogo Magri
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Autor: Diogo Magri

17 anos, são-paulino do interior. Tenho trauma de bola parada, de pênaltis e de elogios ao goleiro antes do fim do jogo. No C11, falo de futebol europeu. Na vida, tento sofr... digo, ser jornalista.
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