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Há quase um mês no Fluminense, o técnico vive vários dilemas, dia a dia. E com acertos, vai buscando uma estabilidade da equipe.
- Chegada e forma de lidar com a rejeição
Vanderlei Luxemburgo chegou no Fluminense no dia 30 de julho. Flamenguista, encontrou logo de cara a resistência da torcida, sendo o maior representante deles o presidente do clube, Peter Siemsen. Peter chegou a dizer no final de semana que antecedeu a contratação de Luxemburgo que enquanto estivesse com seu mandato vigente, o técnico jamais treinaria o Flu. Falha na missão. Celso Barros, presidente da patrocinadora Unimed, bancou Luxa, que foi engolido a seco. Se apresentou, assinou um contrato curto e tratou de trabalhar. Ponto para Luxemburgo.
Após o primeiro contato com os jogadores e um treino descontraído, Luxa foi encarar a imprensa. Ouviu perguntas e mais perguntas sobre ser flamenguista e sua rejeição. Com tranquilidade, se saiu muito bem e mostrou que acima de tudo é profissional. Ponto para Luxa, mais um. Como ele mesmo disse, sua rejeição iria cair com o tempo. E caiu.
- Mudanças no esquema e aposta na base
Atualmente, Luxemburgo já comandou sete partidas pelo Fluminense. Contabiliza três vitórias, três empates e apenas uma derrota. Derrota essa que mudou o rumo de seus pensamentos sobre o time.
Assumiu e implantou o 4-4-2 simples. Muitos medalhões, lentos demais. Não deu certo. Vulnerável defensivamente e inoperante ofensivamente. Mudou para 3-5-2 após o baile levado pelo Flamengo. Melhorou um pouco, mas o que tornou a equipe mais agradável foi a falta de opção e a necessidade de colocar os jovens da base. Colocou e: Bingo!
Igor Julião, Willian, Kenedy, Ronan e Eduardo. Nossas joias. Luxemburgo usou os cinco. Muita garra, vontade, camisa encharcada. Alguns foram além disso, simplesmente encantaram o técnico e a torcida. Casos de Willian e Igor Julião. O primeiro se manteve titular mesmo após a volta de Edinho, enquanto Julião aguarda a volta de Bruno para saber se irá permanecer com a vaga. No quesito qualidade, coloca a anta no bolso. Se Luxemburgo fizer, terá moral ainda mais elevada, mas já tem mais um ponto em sua conta pela coragem de dar a chance que os garotos precisavam. Poderia ter improvisado meio time, mas acreditou neles.
- Mudanças na equipe e substituições decisivas
Outro ponto que não podemos esquecer é a inteligência em notar as deficiências e a coragem de mudar e até barrar alguns jogadores. Por mais querido e respeitado que Abel seja, ele pecou feio nisso. Luxa barrou Wágner, meio campista que foge de suas funções. Tirou Edinho do meio campo e colocou na zaga, onde ele é menos pior. Fechou a casinha, como ele mesmo diz. O time está há três partidas sem levar gol.
Pra encerrar, Luxa vem usando a seu favor a estrela de substituir bem durante as partidas. Contra Cruzeiro, Vitória e Náutico, a equipe vinha com dificuldades e melhorou após as mudanças. O mais importante: Conquistou sete destes nove pontos disputados, o que mostra a importância dessa questão.
Vale ressaltar que não acho Luxemburgo o cara perfeito. De cara fui contra a sua vinda, mas mudei de opinião com o tempo. Apenas foram levantadas questões importantes após a sua chegada. Tem seus erros, como permanecer achando que Felipe e Deco podem render algo ainda. Mas esse erro eu tenho certeza que a maioria dos técnicos também cometeria, principalmente pela falta de opção na posição.
Restam muitos jogos, tudo pode mudar e eu voltar aqui criticando tudo que vem sendo feito, mas até agora, Luxa merece a confiança e a tranquilidade para trabalhar. Que permaneça acertando!
Saudações tricolores.
Autor: Clayton Mello
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