Apoio das arquibancadas, raça no campo: Brasil na final!

Marcos Ribolli / Globoesporte.com
Vocês merecem estar aqui, na introdução do texto. Porque vocês são fodas. Simplesmente. Como a nossa torcida, como o nosso povo, não tem. Hoje foi no Mineirão, palco de vaias há meses e de um verdadeiro show hoje. Brasil 2x1 Uruguai. Só falta um jogo. Chega mais. E você já pode procurar o INSS, Lugano.

A seleção hoje não foi aquela dos outros jogos da Copa das Confederações, imponente e dona da bola. Foi guerreira, lutadora, monstruosa. Sim, o Uruguai tem uma cara feia demais, é uma seleção que não vende barato o resultado. Mas a nossa camisa é imensamente mais pesada e a nossa cara, se tratando de respeito, é muito mais assustadora que a deles. Na vida, ter a cara feia é péssimo. No futebol, é maravilhoso. 

Desde o início, muita marcação e dificuldade para armar jogadas. O Uruguai marcava em cima, mordia o calcanhar de nossos jogadores. A gente imaginava isso mesmo, que seria uma partida tensa. Com muita falta e principalmente cartões. Só que os cartões, nem foram tantos, já as faltas, muitas. Uma delas, dentro da nossa área, cometida por David Luiz. Pênalti que calou o Mineirão e os torcedores que acompanhavam pela tv, mas não por muito tempo, pois Julio Cesar foi buscar no canto a cobrança de Forlán. Alívio, muita vibração e jogo que segue.

O ferrolho uruguaio se mostrou eficiente por quase todo o primeiro tempo, nossos jogadores estavam com dificuldades de chegar na área, dar o último passe. Até que contamos novamente com a sorte do final do primeiro tempo, que apareceu tanto contra a Itália no sábado, quanto hoje. Paulinho deu ótima bola para Neymar, que foi interceptado por Muslera, mas deixou a sobra para Fred, abrir o placar e explodir o Mineirão e o Brasil.

Don Frederico, o rei do Mineirão, se curva ao povo.  (Foto: Marcos Ribolli)
Aquela velha história do placar favorável dar mais tranquilidade ao time na segunda etapa, mais uma vez não durou muito tempo para o Brasil. Com o Uruguai marcando mais e impondo chutões desesperados dos nossos zagueiros, o empate aconteceu justamente pela falta do recurso citado. Em bate e rebate na área, Thiago Silva quis sair jogando com Marcelo, que perdeu para Cavani, o atacante chutou cruzado e guardou, 1x1.
A partir desse gol, o nervosismo tomou conta. A seleção não tinha mais a tranquilidade de buscar a vitória sabendo que podia sofrer a virada e não se preocupar porque era fase de grupos. É mata mata. Cada avanço uruguaio era um pensamento coletivo de 'tira daí' dos torcedores. Na nossa vez de avançar, nenhuma jogada de perigo.

Notando a falta de criatividade do time, Felipão não teve outra alternativa a não ser colocar velocidade e habilidade no nosso lado. Lançou Bernard na partida, que ajudou e deu um gás ao Brasil, sempre se livrava da marcação e atacava bem, mas o gol teimou em não sair.

A partida já se arrastava para a prorrogação, mais sofrimento para o coração do torcedor brasileiro. A sensação de um 'Mineirazo' tomava conta dos pensamentos, mas isso não aconteceu. Neymar, que sofreu com a marcação pesada dos uruguaios, ajudou a decidir novamente. Já próximo dos acréscimos, ele bateu escanteio que encontrou a cabeça de Paulinho, livre para desempatar e levar a torcida ao delírio. BRAAAAAAAAASIL 2x1 Uruguai.

Com a vaga confirmada para a final, muita festa e gritos de 'Eu sou brasileiro, com muito orgulho e com muito amor'. Nosso adversário sai do duelo de amanhã entre Itália x Espanha.

O jogo da forma que foi, é difícil apontar positivos e negativos. Então é muito mais simples apontar os heróis. Julio Cesar, Neymar, Fred e Paulinho. Julio pegou pênalti importantíssimo, Neymar participou dos dois gols, enquanto Paulinho e Fred marcaram. Negativamente, Oscar foi bem apagado. Thiago Silva entra na lista pela lambança no gol do Uruguai e Daniel Alves por ser o câncer da seleção.

Domingo, é no Maraca. Tenho certeza absoluta que lugar melhor não há. Ali é o templo do futebol.

Venha quem vier, rumo ao título, Brasil!
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Autor: Clayton Mello

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