Orgulho Cruzmaltino #2: Dener, O Meteoro

Nome: Dener Augusto de Sousa
Nascimento: 2 de Abril de 1971, em São Paulo, Brasil.
Faleceu: 19 de Abril de 1994, em Rio de Janeiro, Brasil.
Altura: 1,71m
Posição: Meia-ofensivo, segundo atacante e ponta
Clubes: Portuguesa, Grêmio e Vasco

Principais títulos por clubes:

Portuguesa: Copa São Paulo de Futebol Júnior (1991);

Grêmio: Campeonato Gaúcho de Futebol (1993);

Vasco da Gama: Taça Guanabara (1994); Campeonato Carioca de Futebol (1994) - Póstumo.

Foram só 17 jogos, mas, esse garoto de pernas finas, bigode ralo e roupas largas demonstrou técnica e habilidade dignas de um 10 da Colina. Pena que foi tão rápido (Maldito cinto de segurança)! Hoje conheceremos os três anos de carreira do "Neymar dos anos 90", o gênio Dener.

A história de Dener no futebol começa no ano em que uma das melhores seleções brasileiras da história foi do céu ao inferno, 1982. A energia daquela equipe maravilhosa inspirou o jovem artista da bola a dar seus primeiro chutes no Canindé. Porém, quatro anos mais tarde, seu sonho precisava ser abortado. Órfão de pai, teve que, junto aos seus irmãos e mãe, trabalhar para sustentar a sua casa. Mas, mesmo assim, não conseguia viver longe da bola.

Em 1988, Dener voltou a sua querida Lusa, onde, enfim, pode jogar o máximo do seu futebol. De tão brilhante, treinava com os profissionais. Até que a oportunidade surgiu na Copa São Paulo de Futebol Júnior. O garoto comeu a bola! Foram 9 gols, um a menos que o artilheiro Sinval, e o título da competição mais importante das categorias de base no país. Passaporte certo pro time de cima da Lusinha.

Na Portuguesa, Dener continuava encantando plateias e crítica. Seu futebol bonito, objetivo e ofensivo chamava a atenção de todos. Seus amigos e ex-companheiros o comparam a Neymar e Ronaldinho Gaúcho por sua categoria. Mas sua vida social agitada prejudicou sua carreira. Conta-se que em uma de suas convocações para a seleção brasileira, o nosso garoto prodígio teria ido para a noitada ao lado de jogadores experientes da Amarelinha, o que impediu uma possível ida para a Copa de 94.

Ainda assim, Dener seguia brilhando, mas algo o incomodava. O garoto queria respirar novos ares, ir para um time grande, onde seu talento pudesse ser melhor observado e aproveitado. Ele queria ir para um grande paulista, mas a Lusa o considerava "inegociável". Porém, com a insistência do menino, foi emprestado para o Grêmio para jogar apenas o Gauchão. Os gremistas não esqueciam aquele "pretinho" que tinha feito miséria com eles na final da Copinha, queriam o garoto em seu plantel. Ganhou seu primeiro título como profissional e voltou para a Lusa, para fazer o gol que marcaria sua carreira para sempre.

O meteoro em ação (www.foxsports.com.br

)

O golaço contra o Santos rendeu elogios, ovações e todas as glórias que um jogador poderia receber. Daquele momento em diante, não era mais uma promessa. O meteoro tinha atingido seu ápice e o céu era o limite para o garoto. Próxima parada, São Januário

Enfim, o meteoro passa pelos céus vascaínos! O menino que achava "um drible bonito mais importante que um gol", chegou com moral: Recebeu a 10 histórica do Gigante, ganhou elogios de nada mais, nada menos que Diego Armando Maradona e fez a torcida vascaína muito mais feliz. E tudo isso em 17 jogos. O garoto comeu a bola no Campeonato Carioca, ganhou a Taça Guanabara com inapeláveis 4x1 no Fluminense, o que já o garantiu como xodó da torcida.

As grandes apresentações do menino gênio chamaram a atenção do Stuttgart. O garoto jogaria com craques como Dunga, Élber e Ziegler. Jogaria, infelizmente. Como todo meteoro, Dener foi ao chão, no dia 19 de abril de 1994. O carro de Dener, dirigido por um amigo, se chocou a uma árvore, o garoto foi sufocado pelo cinto de segurança e se foi. A chama do talento se apagava.
Não sabemos o que seria da vida de Dener se sobrevivesse. Mas, independentemente do que não fez no futuro, seu passado fará parte de nossas recordações para sempre. Obrigado por tudo, garoto!

EXTRAS: