O nosso lepo-lepo

Tricolor de Aço, tradicional mascote do Bahia, dançou o lepo-lepo no jogo de ida e agora tem o grito "é campeão" preso na garganta, dois anos depois. (Foto: Jayme Júnior)

SAUDAÇÕES TRICOLORES!

No último domingo, um lepo-lepo enfim convincente. A superioridade tricolor gritou para que todos ouvissem. Logo no primeiro clássico decisivo. Por um momento, até me faz recordar o que sei do título nacional de 1988: um time instável na primeira fase, mas um Esquadrão de futebol sério, veloz e rígido, imbatível na fase final.

Mas calma: a comparação com o time bicampeão para por aí. Botemos os pés no chão e entendamos que as coisas estão bem diferentes agora. Fomos superiores domingo diante de um adversário de defesa frágil, meio-campo lento e ataque improdutivo; e não diante do Fluminense de Washington ou do Internacional de Taffarel.

Não venho aqui para diminuir a importância de vencer nosso maior rival, o que – ainda bem! – voltou a ser rotina. Mas é claro que o Vitória-BA enfrenta este ano uma crise técnica e talvez existencial. O time desestrelado perdeu jogadores importantes, como o hoje tricolor Maxi e o contundido Escudero, e ainda não conseguiu encontrar substitutos a altura.

Ademais, o futebol ousado e ofensivo deles, além de já não ser mais novidade, se encaixa perfeitamente no que o Bahia deseja de um adversário em campo. O Vitória-BA é um time que joga, mas deixa jogar, dando campo para os contra-ataques tricolores. Ficamos na espera dos erros no meio-campo e na defesa rubro-negra – coisas que são certas diante da deficiência técnica do adversário – para que possamos matar os jogos. Tem dado muito certo. Lepo na fase de grupos e lepo domingo passado.

Não tô falando que o time do Bahia é perfeito. Pelo contrário, continuo crítico do elenco tricolor e ainda olho com desconfiança para o treinador Marquinhos Santos. Mas é inegável que, ao menos no último clássico, Marquinhos fez tudo certo. Dou-lhe uma trégua. Recentemente, ele chamou a nós, críticos dele, de leigos. E talvez sejamos. Cabe a ele nos mostrar isso, com resultados. No fim de tudo, só queremos o bem do nosso Esquadrão de Aço.

FREGUESIA – O nosso freguês parece ter voltado com tudo. Foi a segunda derrota seguida deles para o Esquadrão. Nos últimos seis jogos, vencemos três e empatamos três. Você lembra a última derrota pra eles? É... Melhor esquecer. A diferença no histórico de confrontos diretos só faz crescer. Como diz uma antiga música da torcida tricolor, “vamos manter a freguesia, esse time não ganha do Bahia”.

FINALÍSSIMA  Para o próximo confronto, o segundo jogo da finalíssima, um bom cenário para o Tricolor. Podemos até perder por um gol de diferença que nos sagraremos campeões. Se quiser partir pra cima com tudo (me parece a cara de Ney Franco), o arquirrival nos deixará os contra-ataques, perfeitos para os lançamentos de Talisca – ele mesmo, o Príncipe da Ousadia – e para a velocidade de Rhayner e Maxi Biancucchi. Se escolher ter paciência, terá que encontrar muita inspiração para superar a barreira defensiva montada pelo comandante do Bahia. É mais ou menos como “se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come”. Triste sina do Leão.

PITACO – Acho que vem mais um triunfo tricolor por aí. Aposto em Vitória-BA 2x3 Bahia. Maxi, que jogou bem a última partida, desencantará. E o “falso 9” Anderson Talisca, Príncipe da Ousadia e Craque do Baianão, também deixará a sua marca. Após o terceiro gol, cantaremos o clássico “ADEUS, NÊGO”, enquanto assistimos à cabisbaixa saída dos rubro-negros em Pituaço. Enfim, vem aí mais um Lepo-Lepo.

INVASÃO – Empolgada e confiante no 45º título estadual, a torcida do Bahia sabe que 3.200 ingressos é muito pouco para o tamanho de sua expectativa. Querendo se fazer presente de toda forma, a Nação Tricolor tem se organizado nas redes sociais para comprar ingressos destinados à torcida adversária, na intenção de assistir à paisana e pacificamente ao Ba-Vi decisivo do próximo domingo.

Diferente do que muita gente tem dito, não há nada de ilegal ou antiético na conduta da torcida tricolor. Qualquer cidadão pode comprar ingressos destinados ao setor rubro-negro. Tendo o ingresso em mãos, é permitido a qualquer pessoa entrar no estádio e assistir à partida, a menos que essa pessoa esteja vestindo uma camisa do Bahia.

Infelizmente, isso tem gerado ameaças, tanto diretas quanto veladas, por parte da torcida do Vitória-BA. Enquanto nós queremos apenas ver futebol, eles desejam nos agredir. É uma pena que o futebol baiano tenha chegado nesse estágio. Cabe a Polícia Militar do Estado da Bahia garantir a segurança de todos os torcedores, além de possibilitar que os pacíficos assistam à final com tranquilidade.

À Nação Tricolor, cabe repetir o mesmo apoio dado ao time no jogo de ida. Foi um show, como um aperitivo do que será a festa do título. Porque, este ano, não tem zebra, não tem nada.

BORA BAHÊA, MINHA PORRA! RUMO AO 45º!

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Autor: Lula Bonfim

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