Ele voltou, e agora é sério

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O primeiro de muitos. Esse foi o gesto feito pelo chileno Jorgito Valdívia ao marcar o gol de empate do Palmeiras diante o Atlético de Sorocaba na vitória do alviverde por 4 a 1 fora de casa.


Certamente o gesto feito por Valdívia foi o pensamento de vários palmeirenses no momento em que o camisa 10 dominou com a perna esquerda e rapidamente chutou forte com a direita, marcando um golaço por sinal.

Lembro de quando a bola rolou nesse domingo e com apenas 5 segundos de jogo ele já sofreu uma falta, logo no lance seguinte ele passou por dois adversários e distribuiu rapidamente a bola no meio de campo para Mazinho. Nesse momento eu olhei para o meu avô que assitia o jogo comigo e brevemente comentei: "O Valdívia dá uma cara totalmente nova ao Palmeiras".

E vem sendo assim, quando o meia resolve mostrar seu futebol sua habilidade é incontestável. Briguento, estourado, chinelinho, ele pode até ter sido, mas toda vez que Valdívia entra em campo o Palmeiras ganha habilidade e inteligência no meio campo.

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Valdívia chegou ao Palmeiras no ano de 2006, um dos piores anos do time tecnicamente falando, onde o Palestra jogou mal, trocou diversas vezes de treinador e acabou apenas uma posição acima da zona de rebaixamento. Valdívia chegou nesse ano com status de "El Mago", alcunha que tinha recebido no Universidad de Concepción e subsequentemente no Colo Colo, clubes onde o mesmo atuou em sua terra natal.

Em 2007 com a chegada do Harry Potter, digo Caio Júnior para o comando do Palmeiras sua dupla com o já veterano Edmundo fez sucesso, mesmo assim 2007 foi o ano do quase. Tropeços fizeram com que ficássemos de fora das finais do Paulistão pelos saldos de gols diante o Bragantino. Já no Brasileirão uma derrota na última rodada para o Atlético/MG em pleno Parque Antártica nos tirou da Libertadores.

2008 foi o ano em que definitivamente o Mago entrou para a graça da torcida alviverde. E olha que para um jogador virar assim ídolo para nós é bem difícil. Ganhamos o Campeonato Paulista, Valdívia foi eleito o melhor jogador da competição, ganhando no final do ano a bola de prata da Revista Placar e o melhor jogador no Brasil em 2008 segundo o Troféu Mesa Redonda da TV Gazeta.

Mesmo assim, no segundo semestre de 2008 o mago nos deixou. Foi para terras árabes jogar no Al Ain, onde até hoje é considerado o maior jogador da história do clube. Valdívia chegou a receber uma proposta de renovação de contrato pelo Sheik mandatário do clube que gostaria que ele assinasse uma cláusula vitalicia, mas Valdívia recusou.

Em 2010 ele voltou para a casa. Seu retorno no Palmeiras foi festejado e a contratação do mago juntamente com o na época gladiador Kleber e o técnico Luis Felipe Scolari dava motivos para que acreditássemos que nossa hora havia chegado. 

Tolinhos, a partir dali o futebol de Jorgito começou a decair, na Copa Sul-americana daquele ano as contusões musculares atingiram em cheio o jogador, e no final não vamos nem lembrar daquela partida contra o Goiás no Pacaembu.

Em 2011 nova decepção, um ano pífio de Valdívia. Não jogava, mais se machucava e quando entrava em campo não era o mesmo de 2008, isso quando não saia de maca.

Em 2012, Valdívia era a promessa de novo antigo reforço do Palmeiras. Segundo o presidente da época, Don Bananoni, digo Arnaldo Tirone seu tratamento intensivo nas férias o iria ajudar no condicionamento no seguinte ano. Porém, logo no primeiro jogo treino de 2012, Valdívia saiu machucado e reclamando de dores.

No bendito ano de 2012, Valdívia sofreu menos com lesões, mesmo assim continuou sofrendo. Claro que não vamos nos esquecer do gol na semi da Copa do Brasil contra o Grêmio e no primeiro jogo da final o gol de pênalti contra o Coritiba. Mas do mesmo jeito que lembramos disso, destaquemos a irresponsabilidade do chileno a ser expulso de forma banal respondendo a provocação do volante rival, Willian Farias e ficando fora da decisão em Curitiba. 

O fato é, fomos campeões... foda- se, pois depois caímos e cadê o Valdívia para ser o nosso fator de desiquilíbrio para evitar a queda? Certamente estava no DM.

E como num conto de fadas ao revés, Valdívia de príncipe virou o sapo. O Mago simplesmente perdeu a Magia e parou de ter seu nome aclamado pela torcida alviverde. A nação palestrina queria o ver longe de qualquer maneira.

O extra campo também prejudicava o meia chileno. Brigas com dirigentes, noitadas, flagra de traição, separação, perdão da esposa, sequestro. Valdívia estava visivelmente infeliz e após o episódio sequestro relâmpago, sua família com medo queria deixar o Brasil.

Propostas de clubes como Flamengo, River Plate e Universidade de Chile reforçava cada dia mais os indícios da saída de Valdívia. A torcida montou uma espécie de Impostômetro, denominado "Chinelômetro" onde eram contado as horas, minutos e segundos que o camisa 10 não entrava em campo.

Mudou- se a diretoria, saiu Tirone e entrou Paulo Nobre trazendo na mala a esperança e o discurso de renovação. Para muitos o primeiro ato nobre de Nobre seria desvincular Jorgito do time. Que nada, Paulo Nobre foi outro cartola que apostou no futebol do atleta.

Em 2013 a Série B batia em nossa porta, motivo para que Valdívia ficasse cada dia mais infeliz. Mas foi ali, no fundo do poço que vimos a ressurreição de um craque. O chileno foi simplesmente o nome da nossa campanha de retorno e dava uma alma nova ao Palmeiras toda vez que entrava em campo.

Na partida contra o Bragantino ainda pelo primeiro turno da segundona no Pacaembu o meia jogou muito, deu passe para Alan Kardec marcar o primeiro e de fora da área marcou o segundo e foi ovacionado pela torcida aos gritos de: E oh, e oh, o Valdívia é o terror. Graças a Deus pude sentir essa emoção de perto, pois era um dos que gritavam no Tobogã do Pacaembu. Valdívia voltava a cair nas graças da nação palestrina.

Agora em 2014, o mago começou bem, e como dito lá em cima prometeu que o gol contra o Sorocaba seria o primeiro de muitos.

Valdívia está visivelmente feliz e a torcida do Palmeiras torce para que os ditos do craque seja realidade e que a magia dessa vez realmente se cumpra.

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Autor: fábio

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