Foto: Aldo Carneiro. |
O Náutico foi guerreiro, devolveu o placar do jogo de ida, fazendo 2x0 no tempo normal, mas não teve o mesmo ímpeto nas cobranças de pênaltis. Com isso, o Sport carimba a boa fase que vive na Série B e conquista a ida para as Oitavas de final da SulAmericana.
Durante o primeiro tempo, o que se viu foi um Náutico diferente do que estávamos costumados a ver na atual temporada, ou seja, com os jogadores tomando a iniciativa do jogo e pressionando o adversário.
A superioridade Timbu resumiu-se em gol apenas nos acréscimos, numa cabeçada do volante Elicarlos. Na etapa final, Olivera, enfim, fez o dele com a camisa alvirrubra, 2x0. Infelizmente, o terceiro e decisivo gol não saiu, levando a decisão para as penalidades, mesmo com a expulsão do leonino Peri.
O confronto foi transmitido pela Rede Globo Nordeste, o que, sem dúvidas, como todo clássico pernambucano, garantiu um agradável ibope. Porém, na Arena Pernambuco, pouco mais de 6000 alvirrubros e 2000 rubronegros estiveram presentes.
Apesar do bom placar conquistado no tempo normal, não foi a torcida do Náutico que comemorou. Tenho certeza absoluta que não, mas, a aparência, para mim, foi como se os jogadores do Timbu que bateram os pênaltis, simplesmente não acreditassem que iriam chegar até ali, ou estavam muito despreparados, pois, é inadmissível que, em 4 cobranças, apenas uma tenha sido acertada.
O goleiro e ídolo do Sport, Magrão, teve vida fácil, o esforço foi o mínimo possível para defender os petelecos de Olivera, Tiago Real e Rogério. Por outro lado, Felipe Azevedo, Marcelo Cordeiro e Patric não desapontaram, mandaram verdadeiras bombas contra a barra de Ricardo Berna e marcaram, como quem realmente treinou e se preparou para este tipo de jogo.
Morre, em dois jogos com finais fatídicos, todo o resultado de uma campanha baseada na raça e também na qualidade, feita por Alexandre Gallo, no ano passado, em que a vaga para a SulAmericana foi conquistada pelo Náutico dentro de campo, jogando bola, perdendo, ganhando e empatando, no suor, e não por conta de um regulamento ridículo e absurdo como o que levou outras equipes para a competição, sem nenhum mérito para tal.
Não me sinto constrangido quando falam que o Náutico nada, nada, nada e morre na praia. Em 2005, vi o Náutico perder dois pênaltis, ter três jogadores a mais e, mesmo assim, perder a decisão para o Grêmio, nos Aflitos, em um dia histórico. Vi o Náutico chegar à final do Campeonato Pernambucano, em 2010, abrir 3x0, colocar a mão na taça, mas levar dois gols e depois perder na partida da volta, para o Sport. Vi o Náutico ser lanterna e figurar na zona do rebaixamento da Série A em 2007 durante inúmeras rodadas, e vi ser rebaixado em 2009. Assim como também presenciei jogos memoráveis e positivos, como a subida para a Série A em 2006, um ano após o jogo contra o Grêmio. Os 3x0 no Arruda e a conquista do estadual em 2004. A reação fantástica na Série A de 2007. A raça em 2008, ao empatar com o Santos na Vila Belmiro, na última rodada e permanecer na Série A. O vice da Série B de 2011. O empate heroico contra o Inter no Beira Rio, com o goleiro Eduardo na área, em 2008. Vitórias inesquecíveis como o 1x0 contra o Corinthians, em 2007. Já vi até mesmo outros clubes, como Paraná e São Caetano, fazerem grandes Brasileirões, e tantas outras lembranças...
O que não posso admitir é que isso se distancie da nossa realidade daqui pra frente e que o futebol vire apenas um aparato de normas e meios estabelecidos por A ou B e que mudem a regra natural de se empenhar em busca de um resultado e não simplesmente ganhá-lo de mãos beijadas. Isso, sem sombra de dúvidas, não é e nem nunca vai ser, o futebol.
Não faço questão que meu clube perca, empate, seja lanterna e seja rebaixado para a Série Z do Campeonato Brasileiro, desde que tenha cara limpa, honradez, que nós e somente nós, sejamos responsáveis pelo destino do Náutico, pelos erros e acertos, pelas vitórias e derrotas. SÓ NÓS! Mais ninguém.
Eu teria vergonha de ter como título um campeonato conquistado por conta de regulamento, de ter sido carregado durante anos por um grupo restrito de "clubes principais" enquanto que meus rivais de estado recebiam infinitamente menos de renda, e de ter uma vaga para a SulAmericana por conta de regulamento... Teria era nojo!
Quando o Náutico perde, o Náutico foi o culpado. Quando o Náutico ganha, o Náutico fez por merecer. Quando empata, faltou algo a mais. Ninguém dá nada ao Náutico e nem nunca deu, entendam isso e entendam que isso sim se chama grandeza! Temos 112 anos mas vivemos com as nossas próprias pernas.
Saudade de quando a meritocracia era a base do futebol. Se ainda fosse, time da Segunda Divisão não ganharia direito de jogar a SulAmericana de presentinho!
Ficha Técnica - Náutico 2x0 Sport:
Náutico - Ricardo Berna, Oziel(Derley), João Filipe(William Alves), Leandro Amaro, Bruno Collaço, Elicarlos, Martinez, Tiago Real, Morales(Jonatas Belusso), Rogério, Olivera. Técnico: Jorginho.
Sport - Magrão, Patric, Tobi, Gabriel, Peri, Anderson Pedra, Camilo(Patrik), Lucas(Marcelo Cordeiro), Felipe Azevedo, Roger(Marcos Aurélio). Técnico: Marcelo Martelotte.
Local - Arena Pernambuco.
Juiz - Héber Roberto Lopes.
Gols - Elicarlos e Olivera.
Público - 8.320.
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Ficha Técnica - Náutico 2x0 Sport:
Náutico - Ricardo Berna, Oziel(Derley), João Filipe(William Alves), Leandro Amaro, Bruno Collaço, Elicarlos, Martinez, Tiago Real, Morales(Jonatas Belusso), Rogério, Olivera. Técnico: Jorginho.
Sport - Magrão, Patric, Tobi, Gabriel, Peri, Anderson Pedra, Camilo(Patrik), Lucas(Marcelo Cordeiro), Felipe Azevedo, Roger(Marcos Aurélio). Técnico: Marcelo Martelotte.
Local - Arena Pernambuco.
Juiz - Héber Roberto Lopes.
Gols - Elicarlos e Olivera.
Público - 8.320.
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