Só pode ser macumba

Eugênio Sávio-AP

 A seleção brasileira empatou nesta noite de quarta-feira com o Chile, por 2x2, no Mineirão, no último amistoso antes da convocação oficial para a Copa das Confederações.


 O cenário tava bonito para o Brasil. Estádio cheio, dentro de casa literalmente e o adversário que sempre foi conhecido como 'salvador de crises' da nossa seleção. Mas no final, as vaias, os gritos de olé contra e até os gritos de pipoqueiro referentes a Neymar, foram o suficiente para os comandados de Felipão terem noção do quanto terão que trabalhar para recuperar a confiança dos brasileiros.

A partida no geral foi dura, nosso adversário veio muito bem preparado, entrosado e no final, saiu como dominante do duelo. Nossos principais jogadores pouco produziram, principalmente Ronaldinho, que resolveu se esconder até em jogo que não parece tão complexo.

Vale lembrar que a seleção para esta partida tinha apenas jogadores que atuam no futebol brasileiro e que todos se apresentaram faltando apenas dois dias para o jogo e com apenas um treino leve, sem entrosamento, sem nada.

A seleção chilena saiu na frente logo no comecinho, em pura desatenção da zaga e toda a marcação, obrigando Cavalieri a se virar, mas em vão. Gonzáles cabeceou para o gol vazio, 1x0. Tava difícil desvencilhar da marcação, com Ronaldinho nulo em campo, fica cada vez mais complicado.

O tempo passou e pelos meados do primeiro tempo, conseguimos um escanteio que Neymar cobrou na medida para Réver desafogar a seleção, 1x1. Depois disso, a mesma dificuldade, porém, com mais uma boa chance a nosso favor, infelizmente desperdiçada por Neymar, que isolou. Do primeiro tempo, mas nada a declarar.

O segundo tempo não foi muito diferente. Felipão fez suas mudanças, mas nada que mexesse de verdade com a apatia do time. Conseguimos virar com Neymar, após belo passe de Jádson para Pato, que só tocou para o menino de ouro fazer o segundo da seleção. Vejam bem, menino. Isso com o decorrer do texto será lembrado, falado e explicado.

Neymar e Ronaldinho, principais jogadores da seleção ontem, foram abaixo do esperado

Com o placar a favor, tudo ficava menos tenso e a tendência era conseguir mais espaços, correto? Não. Passou um tempo e o Chile conseguiu um empate com um verdadeiro foguete no cantinho de Cavalieri, um GOLAÇO.

 A partir disso, a coisa desandou de vez. Quando nossos jogadores pegavam na bola, eram vaias, se fosse Neymar, os gritos de pipoqueiro. E a seleção chilena? Se divertia com a bola e tocava, para a revolta da torcida que gritava 'olé'. A volta pra casa da seleção não poderia ser pior. E assim, se encerrou a partida.

A seleção não é a principal, mas é complicado assistir uma partida daquelas. Sou a favor das vaias e até dos gritos de olé, porque isso mexe demais com o brio de quem quer vestir com orgulho a camisa do Brasil e nos representar. Só não concordo com a perseguição em cima do MENINO. Chegou a grande hora de falar do Neymar.

Todos nós temos uma família, onde cada pessoa tem seu papel fundamental dentro dela. Os filhos, os pais, os avós, os tios, primos e por aí vai. Um exemplo básico: Em uma família com quatro pessoas, onde temos dois filhos, pai e mãe, podemos deixar toda a carga de responsabilidade no filho mais novo? Geralmente, a responsabilidade é dividida entre pai e mãe, não jogada no filho mais novo. Na seleção, o filho mais novo é chamado de pipoqueiro, enquanto o pai, que podemos identificar como dentuço, bebe água de côco e é poupado das críticas. A mãe, que podemos chamar de bonitinha e cheia de princípios, anda ausente de sua própria casa, sendo especulada para casar com aquele ali, aquele lá e nada resolve.

No futebol, não me lembro de ter visto um jogador de 21 anos pegar a camisa de uma seleção e conduzi-lá a algum título, tendo total responsabilidade do time. Ronaldo não fez, Messi não fez, Romário não fez, Cristiano Ronaldo não fez. Neymar precisa amadurecer como jogador e pessoa para poder pegar a responsabilidade de conduzir a seleção. Hoje, tem que ser peça importante, mas não a principal.

Em maio a lista de convocados para a Copa das Confederações será divulgada e esperamos no mínimo uma seleção competitiva, que mostre mais entrosamento do que atualmente.

Dividam corretamente as responsabilidades para cada jogador, não mirem em apenas um, que de culpa, tem a menor. Fica a dica.
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Autor: Clayton Mello

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