Em busca do Maracanazo 2.0

Se o Luisito não melhorar, ole ole olá... (Foto: UOL/Reprodução)
No grupo da morte, a seleção do Uruguai não virá para apenas participar. Contando com jogadores de altíssimo nível e em boa fase, os comandados de Oscar Tabárez não estão no grupo das seleções favoritas ao título, mas com certeza a Celeste corre por fora. Mas favoritos ou não, o importante é que no Brasil, dentro desse mesmo Maracanã, com 200 mil pessoas, o Uruguai já foi campeão!

A história jamais será apagada: O Brasil favorito ao título da Copa do Mundo de 1950, jogaria a decisão contra o Uruguai. No molde diferente do atual, um empate garantia o título para a Seleção Canarinha. O jogo foi disputado no Maracanã, cerca de 200 mil pessoas assistiram o desfecho. Após a seleção da casa sair na frente, a euforia que já existia antes ficou muito maior. Mas para a tristeza e espanto de todos os brasileiros, o Uruguai virou o jogo e se sagrou bi-campeão no episódio que ficou conhecido como Maracanazo.

Mas nem só de história vive a Celeste. A bicampeã das Copas (1938 e 1950) recentemente venceu a Copa América, em 2011, quando a mesma foi disputada em seu território. Em 2010 a seleção ficou com o quarto lugar na Copa do Mundo disputada na África do Sul e na Copa das Confederações em 2013, também ficou com a quarta posição. 

Para a Copa no Brasil, Tabárez convocou a seguinte lista de 23 jogadores:

Goleiros: Muslera (Galatasaray), Martín Silva (Vasco) e Rodrigo Muñoz (Libertad)
Defensores: Álvaro Pereira (São Paulo), Lugano (Sem Clube), Godín (Atlético de Madrid), José Maria Giménez (Atlético de Madrid), Cáceres (Juventus), Maxi Pereira (Benfica), Fucile (Porto) e Coates (Liverpool, emprestado ao Nacional)
Meio-campistas: Arévalo Ríos (Morelia), Gargano (Parma), Diego Pérez (Bologna), Álvaro González (Lazio), Cristian Rodríguez (Atlético de Madrid), Gastón Ramirez (Southampton) e Lodeiro (Corinthians)
Atacantes: Cavani (PSG), Suárez (Liverpool), Forlán (Cerezo Osaka), Abel Hernández (Palermo) e Christian Stuani (Espanyol)

Preparação...

O Uruguai fez três amistosos neste ano. O primeiro foi contra a Áustria, em um jogo de testes, o atual lateral são-paulino Álvaro Pereira marcou o gol no empate por 1 a 1. Depois, contra a Irlanda do Norte, brilhou a estrela do atacante Stuani, o menos badalado até então, que deu a vitória por 1 a 0. O último jogo preparatório foi contra a Eslovênia: novamente Stuani marcou e Cavani também balançou as redes. Com testes até no último jogo, é difícil cravar o Uruguai que irá estrear contra a Costa Rica. O time tem uma boa base, mas a disputa de posições é acirrada. 

Muslera é absoluto no gol, apesar de Martin Silva estar em boa fase desde a Libertadores passada. A zaga conta com o ex-são paulino e ídolo celeste Diego Lugano e Godín, que vive excelente momento no Atlético de Madrid. Com a zaga fechada, Cáceres pode ocupar a lateral, Álvaro Pereira também tem chances de ser titular. Na esquerda, Fucile ex-Santos também briga com Maxí Pereira pela vaga. No meio de campo, Gargano e Arévalo Ríos, ex-Botafogo, são quase unanimidade e devem ser os titulares, Gastón Ramírez também foi testado como volante. 

Na criação, Diego Forlán amargou o banco e só voltou para a titularidade com a lesão de Suárez. Se optar por dois meias ou três atacantes, a presença de Cristian Rodríguez como meia é certa em ambas formações. O segundo meia poderia ser Forlán, que também pode jogar como terceiro atacante, aberto por um dos lados. Mas quem poderia roubar a vaga do melhor jogador da última Copa é Stuani. O jogador que marcou nos últimos 2 amistosos agradou muito e pode arrumar uma vaga no selecionado principal. Mas ambos podem atuar juntos, se Suárez não conseguir se recuperar da cirurgia que fez no joelho. Se conseguir, independente da formação, formará a dupla com Cavani. 

Pontos fortes...

O ataque! Não tem como pensar em Uruguai sem ver a brilhante temporada de Suárez pelo Liverpool: foram 31 gols e 12 assistências em 33 jogos. Edinson Cavani dispensa apresentações, tido como um dos melhores atacantes do mundo, ele não deixa nada à desejar perto de seu companheiro Ibrahimovic. Outro ponto importante é a fase de alguns jogadores como Godín que marcou o gol do título do Campeonato Espanhol e fez temporada impecável junto ao Atlético de Madrid.

 (Foto: Reprodução)

Pontos fracos...

Por outro lado, Forlán não vive seus melhores dias e amargou a reserva em muitos jogos. A defesa uruguaia é consistente, mas Muslera ainda chega a ser questionado com falhas do passado. Mesmo com a primeira linha de 4 de respeito, os volantes Gargano e Arévalo Ríos também não exalam a segurança e habilidade e terão testes de fogo contra os melhores meias do mundo contra a Inglaterra e Itália. Ponto chave, Luis Suárez está lesionado e não sabe se joga a partida de estreia, mas o atacante conseguirá demonstrar o mesmo futebol após uma artroscopia tão recente? Mesmo com algumas estrelas, vale lembrar que o Uruguai precisou da repescagem para se classificar para o Mundial.

O que esperar do Uruguai?

A classificação não é um sonho, o título sim. A Celeste tem time e chances para bater de frente com Itália e Alemanha. O segundo lugar deve ser seu destino. Uma classificação no grupo da morte pode ajudar a equipe a crescer. Se a dupla Suárez e Cavani emplacarar o Uruguai deve chegar longe, mas é improvável que o Maracanazo 2.0 aconteça. Mas, é sempre bom lembrar que quando o Uruguai venceu o Brasil em 1950, talvez nem o uruguaio mais otimista e mais louco apostaria no título. Olho na Celeste!

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Autor: Guilherme de Andrade

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