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Foto: Divulgação/Google |
A Seleção Brasileira versão 2014 lembra uma mistura da equipe pragmática, de Dunga, e da equipe adepta do jogo bonito, de Parreira. No entanto, os 23 de Felipão têm algo mais do que os dois fracassos anteriores: uma disposição incrível em cada lance e uma vontade imensa de conquistar o hexa em território nacional.
Em 2006, o Brasil parecia ter os melhores do mundo em 90% das posições. O tal do Quarteto Mágico e o show para cima da Argentina na Copa das Confederações do ano anterior davam a certeza do título na Alemanha. A fama subiu a cabeça e o time, pacificamente, se rendeu a Zinedine Zidane nas quartas. Em 2010, a história era diferente: time aguerrido, marcador, com uma forte bola parada e um contra-ataque mortal. Passou por cima nas Eliminatórias e na Copa das Confederações da mesma forma. Dessa vez conseguiríamos. Novamente, as quartas: levamos virada em dois erros individuais, tivemos jogador expulso e, ao olhar para o banco e tentar reverter aquele desastre de qualquer jeito, Dunga viu Grafite e Júlio Baptista. Claro, perdemos.
A seleção deste ano tem ainda um espírito ofensivo, de ir para cima da defesa. Neymar, Hulk, Willian e Bernard tomam conta desse setor, responsáveis pelas jogadas de efeito do time. Por outro lado, também pesa um estilo mais pragmático, de uma forte marcação cujo objetivo é não dar espaços ao adversário de qualquer forma. Talvez a solução para conseguir a taça seja essa soma encontrada por Scolari.
4-3-3? 4-2-3-1? 4-1-2-2-1? Difícil dizer com muita certeza qual o esquema titular, ainda mais com a variedade cada vez maiores de números nas táticas atuais. A certeza é de que temos uma linha de 4 defensores, com dois laterais muito ofensivos e a melhor dupla de zaga do mundo - esta muito bem protegida pelo volante Luiz Gustavo, que até faz as vezes de terceiro zagueiro em certos momentos. Paulinho é o outro volante (ao menos por enquanto), mas chegando muito mais como elemento no ataque. Mais na frente, Oscar (ou Willian) arma para os talentos de Hulk, Neymar e Fred, sendo que o primeiro, especialmente, também ajuda muito na marcação.
Em 2014
3 amistosos, 10 gols marcados e 0 gols sofridos. Os adversários (África do Sul, Panamá e Sérvia) nem vieram para a Copa, mas serviram sim para alguma coisa. Fernandinho, por exemplo, dificilmente seria convocado se não fosse o jogo contra a África. A defesa se portou bem em todos os testes; o ataque, quando enfrentou defesas fracas, goleou. O problema foi quando teve pela frente a dura zaga sérvia - só um gol, chorado, de Fred.
Pontos fortes
Os dois maiores pontos fortes dessa Seleção são fatores extracampo. Um é a torcida: cantando o hino, incentivando, vaiando o adversário ou protestando contra os governantes, é a nossa maior aliada. Nenhum selecionado nacional tem tanta vantagem jogando em casa como o nosso - a Copa das Confederações foi uma pequena prova disso. O outro é o clima interno provocado por Felipão. Podem reclamar que o treinador é teimoso, incoerente, mas nunca que ele não sabe formar um elenco. Une e protege seus jogadores formando um verdadeiro time, sempre em harmonia.
Dentro de campo, destaco sempre nossa forte defesa e nosso craque, Neymar. O que também pode fazer a diferença é o oportunismo de Fred e o bom momento vivido por Hulk - ainda mais com os espaços que devem surgir para o camisa 7 com todas as atenções voltadas ao 10.
Pontos fracos
Jogadores em má fase nos seus clubes me preocupam bastante. Como a Copa é ainda depois do final da temporada europeia, mais ainda. São os casos de Júlio César, Paulinho, Oscar (este ficou fora das semis da Champions por lesão) e Fred, pilares do time titular. A mais difícil missão de Scolari talvez seja fazer esses jogadores retomarem a confiança para voltarem ao auge durante o torneio.
Expectativas
Está entre as três favoritas. Um ótimo time, unido e disposto, com um treinador fora de série e uma torcida que faz realmente a diferença; estamos prontos para o hexa. Jogando em casa, temos a maior chance.
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Diogo Magri
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