Um show de (des)organização

Botafogo-PB x Náutico não será mais no Nazarenão (Foto: Celso Ishigami / Diário de Pernambuco)
A CBF confirmou no fim da tarde desta segunda-feira (27) o cancelamento da partida entre Botafogo-PB e Náutico, válida pela terceira rodada da fase de grupos da Copa do Nordeste. A entidade abriu as pernas acatou a decisão da Justiça Comum da Paraíba.



Mas as críticas não estão só no fato de a Confederação Brasileira de Futebol estar sem moral diante do ocorrido. Enquanto o plantel alvirrubro já voltava ao Recife, houve uma falha de comunicação: a comissão de arbitragem não havia sido informada do adiamento do jogo e chegou ao Estádio Nazarenão achando que o duelo seria realizado. Ledo engano.

Arbitragem não sabia que a partida havia sido cancelada (Foto: Wellington Araújo / JC News)

O Náutico, que viajou para o Estado do Rio Grande do Norte e se preparou para a partida, teve "viagem perdida" e agora está voltando ao Recife. Mesmo caso das imprensas esportivas da Paraíba e de Pernambuco. A pergunta é: como não se revoltar com um negócio desse?

Uma imagem de partir o coração: uma senhora que venderia pipoca durante o jogo fica no prejuízo e arruma suas coisas para sair do estádio (Foto: Wellington Araújo / JC News)

Eu sinceramente não acharia exagero excluírem o Botafogo de João Pessoa da atual edição do Nordestão, embora tenha dúvidas de que isso realmente aconteça. Mas por que deveriam? Simplesmente porque o clube escalou jogadores irregulares na estreia, contra o Sport, e mandou tal partida num estádio sem condições de receber um jogo de futebol. Isso é muito mais grave do que uma decisão judicial reivindicada por um político que apenas quer aparecer e ganhar fama sobre um campeonato que vem sendo sucesso de audiência e ganhando destaque a nível nacional.

O episódio de mais uma competição a qual fica nos holofotes devido a ações judiciais - curiosamente, outra "briga" entre a Justiça Comum paraibana e a Confederação Brasileira de Futebol - é mais uma prova de que o problema é muito pior do que se imaginava. A falha não está somente na organização da competição e no "medo" da CBF de mostrar toda a sua autoridade, mas também na politicagem, uma praxe em nosso país, e na Justiça Brasileira.

Gláuber Vasconcelos, presidente do Náutico, e Lúcio Surubim, diretor de futebol do Timbu, já afirmaram que os gastos do clube com a viagem ao RN serão ressarcidos pela empresa responsável pelo Nordestão.

O cancelamento do jogo poderia fazer o técnico Lisca pensar algo como "Muito bom, meu time terá mais tempo para se preparar para o próximo jogo etc". No entanto, o treinador não vê o fato com bons olhos. "Ficamos frustrados, pois nos preparamos e trabalhamos para jogar. Nos desgastamos e não jogamos. Esse tipo de situação é uma perda, não só para o Náutico, mas para todo o futebol brasileiro. Esse tipo de situação  na justiça prejudica o futebol. Mas são coisas que não cabe a nós resolvermos", admitiu.

O técnico Lisca se frustrou com o cancelamento do Botafogo-PB x Náutico. (Foto: Elton de Castro)
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Autor: Luís Francisco Prates

Náutico, Borussia Mönchengladbach e Benfica. Pernambucano, 20 anos, cristão e estudante de Jornalismo.
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