Análise de Santos x Bahia: O fumo entrou

Durante o jogo contra o Atlético-MG eu comentei com uns colegas que todo jogo do Bahia parecia igual. Sem posse de bola, tomando pressão, esperando Inihélder (queria ele!) num dia inspirado  armar um contra-ataque pra ganhar o jogo. Parecia que contra o Santos seria diferente. Bahia começou bem a partida, bem taticamente na defesa e sem dar muitos espaços, exceto em alguns erros individuais de Demerson. 

Bahia chegava com perigo em algumas oportunidades, mas era capenga: só subia pela esquerda. Fabrício Lusa jogando na lateral direita não apoiava tanto, mas fungava no cangote de Tiago Ribeiro, que se viu obrigado a cair pelo meio para ter mais espaço. Já Raul apoiava ao extremo, e a cobertura funcionava. Com 15 minutos de jogo, o Bahia já havia chegado 5 vezes à linha de fundo pela esquerda, mas nenhum cruzamento deixou Obina em condições reais de finalizar. Em um chutão de Titi, a bola sobrou para Wallyson, que rolou no meio para Obina bater forte e o fdp do Aranha fazer uma defesa milagrosa. Destaque negativo foi Marquinhos Gabriel. Achou um bom lançamento pra matar a bola livre e furou, achou outro cruzamento pra finalizar de prima na pequena área e apanhou da bola... Não acertou nada! O Santos tentava mas não chegava com grande perigo. Lomba fez uma única defesa importante no primeiro tempo, num chute de fora da área. Mas quando a fase é ruim, é foda, mermão. Num chutão da defesa do Santos, Lusa cabeceou pra cima, a 2a  bola foi de Cícero, que rolou na direira pra Montillo. Com habilidade ele deixou Raul pra trás e bateu cruzado para abrir o placar. O resultado de 1 x 0 para o Santos não refletiu o que foi o primeiro tempo.

No segundo tempo, o Bahia entrou dormindo em campo. Com 15 minutos do segundo tempo, o Santos já havia chutado 5 ou 6 vezes contra a meta de Lomba. Diferente do resto, Raul não entrou dormindo. Entrou em coma. Sabe aquela cratera da BR-324?  A lateral esquerda do Bahia estava pior. Geuvânio almoçava o rapaz. Numa das degustações, ele driblou Raul e enfiou em suas costas (sem trocadilho, por favor) uma bela bola para Tiago Ribeiro, cruzada com perfeição para o gol de Cícero de cabeça. 2 x 0. 

Não passávamos do meio campo. Lusa sentiu e entrou Madson. Marquinhos Gabriel sentiu (que estava uma merda) e entrou Talisca. As substituições não federam nem cheiraram. Souza entrou no lugar de Fahel. Acho que pra fazer a armação (?). Com 30 segundos em campo, perdeu um gol de cara, após uma falta cobrada bizonhamente pelo Bahia (detalhe: 35 rodadas - 0 gols de falta para o Bahia). 

Como desgraça pouca é bobagem, Titi saiu errado e perdeu pra Tiago Ribeiro no meio campo. Este lançou magistralmente para Montillo dentro da área. Com categoria, o argentino só ajeitou de cabeça para Cicero chegar batendo e fazer 3 x 0. Meu único consolo é que eu tinha Cícero no Cartola.

Cícero marca dois contra o Bahia no Pacaembu

Aos 30 do 2°, a torcida do Santos iniciou o "olé". Agora pense, tomar 3x0 + "olé" desse time meeiro do Santos. Hélder ficou com raivinha e tentou ser expulso após a gozação começar, deu um carrinho com as duas pernas em Montillo. Não conseguiu, recebeu só amarelo. O resto do jogo não teve mais nada de interessante.

Para completar a noite, o Fluminense brocou (cariocas, vocês nunca saberão o real significado desse termo) o Náutico, conforme esperado, e entramos na zona de rebaixamento.

O Bahia não possui NENHUM meia armador no time titular. Temos que ter outras formas de atacar. Somente o contra-ataque não é suficiente. Por que o Bahia não pressiona a saída de bola pra roubar no campo de ataque e tentar marcar? Funcionou contra o Atlético Nacional na Sulamericana. Por que não fizemos um único gol de falta no campeonato? Por que não temos uma jogada ensaiada? O certo é que Cristóvão Borges precisa mudar a forma de jogar. Esse "4-3-3" está mais do que previsível. Se o time é ruim, procure outras opções de jogadas. Treine, em tempo integral se for preciso. Os jogos agora são semanais, dá pra ajustar muita coisa.

Agora são 7 partidas sem vencer. Ainda temos muitas orações pra fazer até o fim do campeonato.

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Autor: Rafael Pimenta