Análise de Náutico x Bahia: A goleada tricolor

Náutico x Bahia. Os pernambucanos vinham de 9 derrotas consecutivas. Nós vinhamos de 7 jogos sem vencer. O que esperar de um jogo como esse? Alguém poderia pensar que seria um jogo cansado, desmotivado, sem vontade de cantar uma bela canção... E foi exatamente isso o que aconteceu, em, pelo menos, 2/3 do jogo. Um jogo fraco tecnicamente, ambos os times com sérias dificuldades para criar jogadas em toda a partida.

O Bahia começou, mais uma vez, apático. Parecia até que já estava rebaixado. Novamente, o time era capenga pela esquerda. Somente Raul subia ao ataque em algumas poucas oportunidades. Foram apenas 2 chances reais de gol para o tricolor no primeiro tempo, uma cabeçada no centro do gol após cobrança de falta e uma bola no travessão de Ricardo Berna, também em falta cobrada por Wallyson. Outro lance levou certo perigo, onde Berna abafou chute de Wallysson após belo passe vindo da intermediária. E só.

No segundo tempo, Cristóvão tirou Madson e colocou Bárbio, improvisando, desta vez, Feijão na lateral direita. Bárbio deu mais movimentação ao ataque, mas nada parecia mudar a partida. Marquinhos Gabriel, de novo inofensivo, foi substituido por Souza. 

O Bahia tinha em campo 4 atacantes. Mas o problema era de criatividade no meio-campo. Então a terceira substituição, já repetida outras vezes, deu certo hoje. Entrou Talisca, dessa vez no lugar de Hélder. O Bahia criou mais com Talisca em campo. Mas perdeu marcação também. Uma bola na trave de Marcelo Lomba quase matou vários de nós torcedores do coração. Porém, num contra-ataque do contra-ataque, Raul recebeu de Fernandão, que correu pra receber na área. O cruzamento do lateral foi com afeto para testada certeira de Fernandão, sacramentando a goleada tricolor, 1 x 0. É o 14° gol do artilheiro no campeonato. #AprendeMadson

Fernandão comemora gol salvador contra o Náutico

O clima do time ficou evidente nessa partida. Foram 3 cartões amarelos por reclamação, um deles pra Fahel, que estava pendurado e no banco de reservas. O time está tenso, nervoso com a situação vivida. Mas precisamos ver essa preocupação em campo, com vontade de ganhar os jogos, e não nessa maresia que tem sido os jogos do Bahia.

A falta de meias no Bahia é algo que incomoda muito e é um dos motivos da situação atual do time. Vimos tanto Titi como Demerson saindo com a bola dominada até o ataque sem ninguém para auxiliar na armação. A quantidade absurda de chutões pra frente feitos por Titi a cada jogo também mostra a deficiência na saída de bola tricolor. Segundo o Footstats, Titi tem 150 lançamentos errados no campeonato, média de 5,17 por jogo. 

A covardia de Cristóvão Borges também incomoda bastante. Ainda farei um post só falando dele. Precisando de 3 triunfos em 4 jogos, enfrentando o lanterna do campeonato já rebaixado que vinha de 9 derrotas seguidas, o que fez o treinador? Não mudou absolutamente nada com relação as últimas partidas pífias do time. O mesmo 4-3-3 inofensivo que estamos acostumados. Os mesmos 3 volantes com Hélder tentando armar o jogo vez ou outra. Este até que acertou mais enfiadas que o de costume no jogo, mas não é a solução que o Bahia necessita.

Penso eu que uma derrota ou empate contra o Náutico teria um efeito no time ainda mais devastador que a derrota para o Santos. 

A zona da degola ficou assim:

Parte baixa da tabela após a 35a rodada

Cristóvão precisa mexer na forma de jogar do time. Marquinhos Gabriel já passou da hora de ir pro banco. Eu entraria com Wangler ou Talisca como 4° homem de meio campo, jogando no 4-4-2. Passaria também a marcar a saída de bola adversária no campo de ataque, coisa que o Bahia não faz hoje, marca do meio pra trás. É necessário preparo físico pra isso. Foda-se, uma semana pra correr na areia fofa, na piscina, sei lá.

Outra final na próxima rodada: Portuguesa, que hoje brocou o Atlético-MG. Este jogo com certeza será mais tenso que contra o Náutico. Tomem seu Captopril religiosamente essa semana, porque domingo que vem a pressão vai subir.

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Autor: Rafael Pimenta