Rogério Ceni - Relembrando os sucessos de uma trajetória #13

O ano de 2011 foi realmente algo especial na vida de Rogério. Se em março, o goleiro-artilheiro anotou nada mais que o centésimo gol de sua excepcional carreira, num feriado de 7 de setembro, em uma tarde de quarta-feira (!), a história que começou lá atrás, naquele torneio amistoso, naquele jogo contra o Tenerife na Espanha. Hoje, iremos contar o milésimo episódio dessa história, o jogo de número 1000 do capitão com a camisa do Tricolor.

2011 – São Paulo 2x1 Atlético-MG – O jogo 1000

(reprodução: spfcnoticias.com.br)

Com o passar do ano, muitas coisas foram mudando no São Paulo. Adílson Batista foi confirmado como o treinador do São Paulo e ficou por lá por um bom tempo, mesmo com o incrível número de contestações. O time teve reforços importantes, como Cícero - até hoje acho que foi mal utilizado - e garotos da base, como Casemiro e o nosso querido amigo Lucas Moura, naquela época ainda vestindo a 37.

Com isso, o time que entrou em campo contra o Galo naquela tarde de feriado foi: Rogério Ceni; Wellington, João Filipe, Rhodolfo e Juan; Rodrigo Caio, Carlinhos Paraíba, Casemiro e Cícero; Lucas e Dagoberto. Um time sem centro-avante e que ainda tinha peças como um desgastado Rivaldo e Jean no banco. O Atlético-MG por sua vez, ainda longe de ter o time que tem atualmente, foi a campo com Renan Ribeiro; Mancini, Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Pierre; Serginho e Fillipe Soutto; Daniel Carvalho; Neto Berola e André.

O início da partida foi bombardeado por festas e homenagens em um Morumbi com um excelente público de mais de 60.514 pessoas, um dia histórico para o nosso herói, que recebeu até mesmo uma placa das mãos do ex-governador de São Paulo, Laudo Natel, em homenagem a marca histórica. O clima do jogo era algo único e inesquecível. Ao entrar em campo, o ídolo correu em direção à arquibancada, pegou um microfone e iniciou ali um discurso apaixonado, com direito a um "isso aqui é a minha vida, eu amo vocês!" e beijo no escudo.

Falando de bola agora, na época, com 38 pontos, o Tricolor assumia a vice-liderança do Brasileirão, dois a menos que o líder Corinthians, que receberia o Flamengo no Pacaembu. Uma vitória era essencial para continuar com o sonho do título nacional, mas infelizmente sabemos que não pegamos nem ao menos uma vaga na Libertadores - a sexta posição foi onde terminamos.

E com a bola rolando, o torcedor que lotou o Morumbi não precisou esperar muito para comemorar. Logo com 28 segundos, em boa trama com Casemiro, Lucas abriu o placar num gol tão rápido quanto a própria velocidade do jovem jogador. Goleada? Festa anunciada? Ok, nem tanto. Com 10 minutos o empate já veio, com Réver em lance de bola parada, em que Rogério ficou parado e não pode fazer nada. O medo de festa estragada era visível no estádio.

O jogo ficou truncado e as chances ficaram para o segundo tempo. E logo aos seis minutos da etapa complementar, Dagoberto recolocou os anfitriões na frente do placar e a comemoração pelo maior da história Tricolor era visível. O gol foi a única grande chance do Atlético no jogo, então pode se dizer que aquele foi o único momento de perigo do milésimo jogo de RC pelo São Paulo.

Com o fim do jogo, o 2 a 1 foi garantido e a festa continuou, em homenagem ao maior da história são-paulina, um ídolo que somente quem torce para o Tricolor sabe como é admirar um jogador assim, que é capaz de ter simplesmente 1000 jogos pelo mesmo time. Mil jogos. Inflacionados pelo grande tempo atuando como profissional e pelo calendário ridículo da CBF, é verdade, mas é algo pra se ter respeito em tempos em que qualquer um hoje recebe uma proposta e arruma as malas em direção à Europa.

Algo do tamanho do monstro que Rogério é.

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Autor: Allan Jones

Projeto de hipster que vive negando o rótulo. Viciado em música boa e em esportes de qualidade. Atleti desde 2008 (chupem modinhas), Chelsea, 49ers, Celtics e claro, o São Paulo, o que interessa no final das contas. Escritor do C11 e do Britfoot.
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