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Uma magia inexplicável e um sentimento incomparável. Com essas palavras eu tento justamente explicar o inexplicável, como disse nas três primeiras palavras do texto. Estar ali dentro e ver o Fluminense vencer por 2x0 a equipe do Goiás foi na verdade a parte mínima de tudo. E isso, tenho certeza absoluta, só acontece no Maracanã.
Dois meses e dez dias, mais ou menos por aí. Foi o tempo que o tricolor que frequenta o Maracanã se sentiu orfão de emoção. E quanta monotonia... Foram jogos e mais jogos no Mário Filho. Várias culturas, muitos cantos, muita gente e pouca magia. Encaro desta maneira. O Maracanã só se põe como Maracanã quando um de nós, seja Fluminense, Flamengo, Botafogo ou Vasco, invadimos a arquibancada e rasgamos nossa garganta em prol do amor de sua vida. Alguns destes foram antes de nós, ainda bem. O melhor fica sempre para o final. E o tricolor, dono da melhor média de público entre os cariocas, enfim voltou ao seu lar. Uma volta triunfal.
Em terceiro lugar e com a oportunidade de diminuir a vantagem do super líder Cruzeiro para quatro pontos, o Fluminense teve no dia 03 de agosto de 2014 um momento especial. Mais um, pra variar. Uma noite de homenagens, de apoio incondicional ao clube, ao time e a principal estrela do elenco atualmente. Me arrepiei, pois tive o privilégio de subir as rampas do estádio lendo as lembranças maravilhosas que o Casal 20 proporcionou a nossa instituição. Como se já não bastasse, o ensurdecedor grito de apoio da torcida, junto do pó de arroz lançado na arquibancada, me fizeram ficar rouco logo no primeiro grito. Era o grito de saudades daquilo tudo. Estava no paraíso e sabia. Mas eu já disse muito e vocês já entenderam que esse gigante junto da nossa torcida é simplesmente inigualável. Vamos ao jogo.
Mantendo a escalação da equipe que detonou o Atlético-PR na Arena da Baixada na semana passada, o tricolor manteve também o futebol envolvente e de bom agrado para seu torcedor. Bastaram vinte minutos e o Fluminense já estava com 2x0 a seu favor. A equipe do Goiás ficou tonta. Se algum dia a Força Divina precisar de substituto, Cristóvão pode se candidatar, pois é um deus. Não dava pra saber quem era atacante, quem criava, quem marcava, quem... Quem? Todo mundo. Você percebe a rotatividade da equipe quando vê Henrique, zagueiro todo durão e de quase dois metros, avançando e arriscando o chute da meia lua. Abrimos o placar com Cícero, após maravilhosa trama do conjunto e que resultou no cruzamento de Conca para dentro da área. Nosso volante/meia/lateral/atacante, sozinho, escorou de leve para o gol. Na frente do placar, o Fluminense seguia com sua marcação avançada e pressionando os zagueiros do Alviverde do Cerrado. Em uma dessas, Pedro Henrique vacilou, Sóbis tomou, tocou rapidamente para Wágner lançar dentro da área e ver David, contra seu próprio gol, aumentar a nossa vantagem. A vice liderança era nossa. Na verdade, é. Uma boa vantagem diante de um adversário que não soube reagir em um dia que realmente não daria para fazer nada.
No segundo tempo, perdemos logo no início a chance do terceiro com Wágner, que apareceu sozinho na área como centroavante, quis fazer uma jogada perfeita e perdeu o tempo da bola com o gol aberto. Seguimos em cima, pressionamos, girando o jogo, o time, as jogadas, mas não balançamos mais as redes. Cristóvão mexeu na equipe: pôs Fred, Chiquinho e Rafinha, que produziram pouco, mas por sorte, o resultado estava consolidado. Três pontos na conta do Flu, vice líder e com um futebol bonito de se ver.
O time foi tão convincente que não tem como apontar o melhor e muito menos o pior, que não tem. Conca talvez mereça a alcunha de jogador da partida, mas Wágner, Sóbis e principalmente Valência e Henrique lá atrás, foram excepcionais. Se não fosse os compromissos de hoje, estaria aplaudindo o futebol do time até agora no estádio. Beiramos a perfeição.
Isoladamente, uma preocupação. Nosso camisa 9 voltou da Copa, treinou mais um pouco e voltou sem ritmo, sem lembrar o Fred que a gente conhece desde 2009. O time, sem ele, roda como uma Ferrari. Com ele, não foi tão eficiente, mas foi apenas a primeira partida. Cristóvão tem agora um dilema de decidir se volta com ele na equipe ou mantém a Ferrari ostentando sua potência.
Nosso próximo desafio será diante do Coritiba, novamente no Maracanã, sábado, às 21h. Foram 40 mil ontem, podemos e devemos aumentar esse público. O time merece a moral. O clube necessita do seu apoio incondicional. A luta é árdua, mas unidos podemos alcançar o objetivo.
Vence o Fluminense.
Saudações Tricolores!
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