A força que vem do Interior

O veterano Cristian comemorando gol do Ituano. Foto: Uol

Quando começam os campeonatos estaduais, Brasil afora, ouvimos treinadores, jogadores e comentaristas dizerem que os "times pequenos" largam na frente dos "times grandes" por conta do maior tempo que eles têm para realizar a famosa pré-temporada. Também escutamos muito boleiros falarem que, a partir de um determinado número de jogos, as equipes ganhariam entrosamento, condicionamento físico e, consequentemente, condições de disputar os estaduais de igual pra igual com os "menores". A realidade mostra que este comentário, comum no mundo do futebol, não está muito correto.

Neste final de semana, sete dos principais campeonatos regionais brasileiros chegam ao final e em três deles o título pode ficar nas mãos de clubes chamados pela mídia de "pequenos". Sendo que em um deles, dois "nanicos" disputam o caneco. Este é o caso do Campeonato Paranaense, onde Londrina e Maringá disputam o título. No Paraná, Atlético e Coritiba foram eliminados pelos finalistas da competição. Outro "grande" do estado que não pode levantar a taça é o Paraná Clube, eliminado pelo Furacão nas quartas de final.

27 mil pagantes assistiram o empate em 2 a 2, no jogo de ida da decisão paranaense. Foto: Gazeta do Povo

No Paulistão, o Ituano foi a grande surpresa. O time de Itu beliscou a segunda colocação do Grupo C e, ao lado do Botafogo, eliminou o poderoso Corinthians da briga pelo título. O Galo de Itu ainda despachou o Palmeiras antes de chegar na decisão do estadual. Uma vitória, por 1 a 0, frente ao Santos foi o que o Ituano conseguiu no primeiro confronto da final do Paulista.

Vitória, só que por 2 a 1, foi o que o Joinville conseguiu frente ao Figueirense, no estadual de Santa Catarina. No Rio de Janeiro, a Cabofriense pode não ter chegado a Final, mas, eliminada na semifinal pelo Flamengo, a equipe de Cabo Frio, roubou uma das vagas que, segundo a mídia, eram destinadas aos quatro grandes cariocas e fez o Botafogo dar adeus ao Cariocão.

O que Londrina, Maringá, Ituano e Cabofriense tem em comum? Todos são clubes do interior de seus respectivos estados e em seus elencos fazem a mescla entre jogadores veteranos que já figuraram por grandes clubes do futebol brasileiro e nomes desconhecidos, apostas para o futuro.

No Londrina, o meia Celsinho, tido como grande promessa da Portuguesa-SP, jogador com passagens por equipes como Lokomotiv Moscou (Rússia) e Sporting (Portugal), atua ao lado de desconhecidos como, por exemplo, o goleiro Vitor que já rodou diversos clubes brasileiros de menor expressão.

Celsinho, uma das apostas da diretoria londrinense. Foto: Site Oficial do Londrina

O Joinville, aposta no zagueiro Bruno Aguiar (ex-Santos), no lateral Wellington Saci (ex-Corinthians), no meia Tartá (ex-Fluminense), mas também tem em seu elenco jovens como, por exemplo, Francis, atacante, ex-atleta do Botafogo-SP.

O autor gol do Ituano na primeira partida da decisão do Paulistão foi o meia Cristian que já fez sucesso com a camisa do Palmeiras. No entanto, o autor da assistência para o ex-palmeirense é Esquerdinha, meia -atacante desconhecido dos torcedores de grandes clubes.

Atacante Fabricio Carvalho, de 36 anos, foi destaque da Cabofriense. Foto: FutRio

A mistura de desconhecidos e jogadores rodados é a aposta das diretorias dos pequenos e além de bons resultados nos torneios que disputam, essa decisão pode render lucros aos cofres dos clubes com vendas de atletas que se destacam. Hudson, destaque do Botafogo-SP (eliminado nas quartas do Paulistão), em 2014, por exemplo, já assinou contrato com o São Paulo.

Exemplos antigos como o dos volantes Elias e Paulinho e do atacante Romarinho, no Corinthians, comprados de Ponte Preta e Bragantino provam isso. O atacante Paulinho, destaque do Flamengo, era jogador do "modesto" Atlético Sorocaba-SP. Muitos dos reforços dos clubes que disputam o Brasileirão saem dos times pequenos.

Diante do que foi dito aqui, leitor, o C11 te apresenta, brevemente, a força dos "pequenos" do futebol, a força que vem do Interior!
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Autor: Vitor Gavirati

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